sábado, 18 de julho de 2020

poema bebado #1.

a cada gota que bebo,
a cada lágrima que derramo,
cada vez mais eu percebo,
que estou mais longe do que amo.

tudo aquilo que sonhei,
tudo aquilo que desejo,
tudo aquilo que almejei,
perdido em um lampejo.

cada pouco que fumo,
cada pouco que bebo,
me lembra o cada pouco,
cada pouca parte de você.

todas as lembranças que cativo,
momentos que admiro,
 minutos que não vivi,
horas que quis viver,
duetos não cantados,
retratos não marcados,
poemas não escritos,
beijos não dados.

são momentos de um passado,
histórias de outro tempo,
romance não vivido,
somente o lamento.

confesso que estou embriagado,
totalmente desnorteado,
perdido em palavras, 
escrevendo poemas,
encurralado.

percebo que você é um pecado,
dividido em sete partes,
que quero viver,
isolado.

seus lábios a gula,
que nunca me satisfez,
me faz querer mais,
querer toca-los e prova-los.

seu sorriso a avareza,
que é meu bem mais precioso,
me domina e me conquista,
me faz querer e proteger.

seus seios a luxúria,
que me cativa,
me encanta e me domina,
me alucina.

sua indecisão a ira,
que me confunde,
me perde em pensamentos,
me ilude.

seu passado a inveja,
que quis ser parte,
que quis conhecer,
que quis me aproximar.

 sua existência a preguiça,
que quero me agarrar e não sair,
não deixar nunca,
jamais.

 sua beleza a soberba,
que sabes que és a mais linda,
que sabes que és a beleza,
que emana a realeza.

tô bêbado.

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